Ontem ouvi essa música e ela traduz examente como me sentia, como me sinto hoje e o que vivo. É perfeita.
Muitas músicas a gente ouve e muitos texto a gente lê e encontra fragmentos em que nos identificamos, mas essa resume muitos anos da minha vida e duas frases dela refletem exatamente o momento que estou vivendo.
“O mundo vai girando cada vez mais veloz, a gente espera do mundo e o mundo espera de nós um pouco mais de paciência.” Assim me senti diante de inumeras, inumeras mesmo, situações da vida. Acreditando que o tempo é o senhor dos milagres e pedindo aos céus paciência para esperar que as pessoas acreditassem, que as pessoas mudassem, que tudo fosse mais bonito, que o amor reinasse, que a bondade brotasse, que eu fosse melhor. Sem tomar atitudes que pudessem alcançar muitas pessoas e nem me alcançar.
O tempo foi passando, a doçura foi se perdendo pelo caminho e ficou pela metade. Ver as coisas “feias” do mundo, me desiludiu, fez aquela menina que tem um coração tatuado no corpo, justamente porque acredita no amor, pensar que o mundo era cruel e que o lado ruim das pessoas sempre prevalecia.
“Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso faço hora e vou na valsa, a vida é tão rara. Enquanto todo mundo espera a cura do mal e a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência.” Tudo começou a ser, apenas, tolerável. Cadê aquele amor enorme por tudo? Cadê aquela fé nas pessoas? Tudo isso sumiu!
A rotina se tornou acelerada e por muito tempo eu acompanhei, até que não deu mais e eu fingi ter paciência e me recusei a continuar naquele ritmo. Mas não tive coragem de dizer não, eu continuei fingindo que aquilo tudo, que eu já via que estava do avesso, era normal e eu passei a fazer parte do lado do mundo em que as pessoas não acreditam e não confiam.
“Será que é tempo que lhe falta para perceber? Será que temos esse tempo pra perder? E quem quer saber? A vida é tão rara.” Minha justificativa para não mudar o meu comportamento diante da minha própria vida, das pessoas e de tudo que me cercava era o tempo, ele me faltava. Minha justificativa para ficar ainda mais pirada era a falta de tempo. Eu não podia parar. Eu me proibia de parar e respirar sem culpa. Eu não percebia que a vida é tão rara.
Eu estava enlouquecendo. Descobri a doença e a vida me fez parar. Pausa forçada. Muito bem-vinda.
“Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não para.” Tudo me pediu calma, o corpo me pediu alma. Isso eu tinha que ter tido sempre, mas não conseguia. Hoje eu tenho. Aprendi a ter calma e aprendi a voltar a ser muito mais alma, muito mais coração, muito mais sentimento e a ter os pés no chão, afinal, a vida não para, hoje eu tenho o meu tempo, mas o tempo corre. Tenho mais alguns meses de luta pela frente, parece muito, parece tempo perdido, aos olhos dos outros, mas não é, é o tempo de cuidar de mim, de me olhar no espelho e de apreciar a minha própria cia.
Amigos, hoje eu me desespero quando vejo alguém levando a vida descontroladamente, sem pausas, sem se deixar respirar em paz e sem culpa. É preciso parar por vontade própria, antes que a vida te obrigue a fazer isso. É preciso viver os momentos com dedicação total e absoluta, sem pensar no que você está deixando para trás naquele momento.
É preciso saber a hora de acelerar e de pisar no freio, se você não pisar no freio na hora certa, pode causar um acidente no seu próprio coração ou no seu corpo.
Cuidem-se! Respirem fundo! Parem para um bom café, com uma boa cia! Vá ver o mar em um dia qualquer! Cante! Dance! Não tenha medo de parecer rídiculo, mais vale um ridículo feliz do que um super controlado com um turbilhão de coisas ruins dentro do peito! E ame. Ame muito. Com força e acreditando no amor. Se entregue sem medo. Dor todo mundo sente, mas passa.
Um grande beijo e aproveitem muito todos os seus dias