segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Quando nos sentimos responsáveis

É engraçado como nos sentimos responsáveis por aquilo que construímos. É como se aquilo fosse nosso e como se só nos soubéssemos como conduzir.
É difícil ter que dividir o que é fruto seu. É difícil entregar na mão de outras pessoas ou do mundo. Apego neste caso é carinho e excesso de responsabilidade e ele não é tão ruim quando você está no comando, mas é péssimo quando você precisa sair do comando ou dividi-lo com alguém.
A verdade é que é assustador quando essa distância ou divisão de comando entre você e algo que você criou, com tanto amor, é obrigada a acontecer.
Aí você se depara com aquela situação de desconforto interno e de ter que aprender a conviver com o novo, parece que te arrancaram um pedaço.
Transformar a ameaça em oportunidade. É isso que os profissionais aprendem sempre, mas é difícil aplicar aos nossos sentimentos.
É hora de ser racional, analisar o que de bom determinada circunstância pode te trazer em todos os aspectos da sua vida, não só no aspecto que foi afetado. Daí perceberemos que há muito mais o que se aproveitar do que o que se lamentar. É hora de reavaliar, sim, mas deixando a razão prevalecer.
Eu não sou mãe, mas imagino o sentimento que uma mãe deve sentir ao ver seu filho, criado com tanto amor e cuidados, sair para o mudo. Deve haver aquela sensação de perda de controle e é preciso equilíbrio para lidar com isso.
Assim como nossas mães souberam nos deixar livres por aí e aprenderam na marra o desapego, nós temos que fazer desde já em diversas situações.
Toda situação pode ser encarada de duas formas, cabe a nós escolhermos o caminho.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A melhor parte de mim

Mãe é mãe, não tem jeito. Essa frase diz muita coisa para muita gente, não é?
Hoje fiquei pensando sobre o que escreveria, pensei um milhão de coisas, mas resolvi escrever sobre o que tenho de mais precioso em minha vida, mãe. Tenho certeza de que muitos irão ler este texto e lembrar de suas mães também.
No dia das mães do ano passado dei de presente para a minha mãe a música “A melhor parte de mim”, foi emocionante. Na música há um trecho que diz “E no momento certo meu lado bom vai aparecer”, apareceu, mãe!
Quem me conhece sabe que largo tudo e enfrento o mundo pela minha Gracinha.
Mãe, amiga, exemplo de força, determinação, paixão, amor, fé. O meu espelho é você, mãe.
É muito bom saber que nunca estou sozinha, que não preciso me preocupar com quem me dará força, é você sempre.
Você me entende com o olhar, você me conhece pela voz ou pela ausência de voz, pela expressão, pelos gestos. Sabe o que sinto, sabe o que penso. Sabe a palavra certa, a hora certa, a maneira de me abordar sempre.
A mulher que dedica maior parte da sua vida para criar seus filhos com tudo que há de melhor, com carinho, amor, honestidade e mais um milhão de coisas boas.
Como é bom te ter, te amar, poder olhar seu rostinho de mãe apaixonada de perto.
De tudo que sou hoje, metade é você, não que metade seja o que você me ensinou, metade é a sua presença. Essa força imensa e vontade de viver, pode acreditar, é metade você e por você. Me lembro do dia em que você me disse “Filha, assim como estamos juntas para passear, nos divertirmos, estaremos juntas em todos os momentos difíceis.”
Mãe, obrigada por sempre segurar a minha mão e as minhas broncas comigo. Tenho força para passar pelo caminho porque tenho a certeza de que agora e quando tudo isso acabar será você e eu.
Você sempre disse que no dia em que nasci o sol brilhou mais forte e eu te digo uma coisa, no dia que eu renascer o sol brilhará mais forte pela segunda vez em nossas vidas. E eu prometo iluminar muitas pessoas com a luz que me acompanha e com todos os sentimentos bons que você me ensinou que são os bens mais preciosos do mundo.
AMO VOCÊ!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A minha, a sua, a nossa fé

"Mesmo a quem não tem fé
A fé costuma acompanhar
Pelo sim, pelo não...
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá"


Para começar a falar sobre a fé, uso um trecho da música de Gilberto Gil, Andar com fé.
Não quero que pensem que aqui no meu blog começarei a falar de religião ou coisa parecida, acontece que neste blog falo sobre minhas reflexões e ultimamente tenho refletido muito sobre a fé e tirado minhas próprias conclusões. Vamos compartilhar, então...
Tem gente que diz não ter fé. No dicionário fé também significa crença e confiança. Será que quem diz não ter fé, não tem nem um pouquinho de crença ou confiança em alguma força maior do que a que podemos enxergar? As pessoas que conheço e que dizem não acreditar muito em nada disso, no fundo acreditam e confiam em alguma força maior, sim.
Cada um tem a sua fé e para isso não existe certo e errado. A minha fé é em Deus. Eu acredito e confio Nele, sei que toda a força deste momento de minha vida é divina e que posso ser um instrumento de Deus para levar luz, fé e esperança para a vida de muitas pessoas. Farei!
Quando a gente se sente perdido, é pego de surpresa, não entende porque determinada situação está acontecendo conosco e muito menos se teremos forças ou conseguiremos sair dela, é preciso acreditar que há uma força maior que preparou tudo isso para nossas vidas e que tudo isso tem motivo. É preciso abrir o coração para a fé.
Muitos dizem que somente quando as coisas não estão bem é que nos lembramos de ter fé e eu tenho certeza que na maioria dos casos é assim. Mas se você abre o coração sem medo para este sentimento tão lindo, ele te domina, te torna melhor e te ajuda a entender o verdadeiro motivo das coisas. Para isso é preciso se desarmar, é preciso não ter vegonha, é preciso ter força, já que ser fiel a força que você acredita requer dedicação e abdicação de alguns minutos a mais de sono para conversar com esse “ser” que você nem sequer viu ao vivo um dia na sua vida, e isso traz desconfiaça e questionamentos.
Não sei te dizer o que existe e em que devemos acreditar, acho que ninguém sabe, as pessoas simplesmente acreditam por serem influenciadas pelo meio em que viveram sempre e por conhecerem histórias que provam tal exitência.
Aplicando isso tudo à minha crença, Deus nos manda sinais de que Ele existe a todo instante, basta olhar ao seu redor, basta prestar atenção em quem cruza seu caminho e nas palavras que escuta. Para isso, é preciso estar atento sempre e, geralmente, só ficamos atentos quando precisamos.
Minha mãe sempre disse a frase “quem não aprende pelo amor, aprende pela dor” e é essa frase que quero que todos vocês, que leêm o meu blog, pensem sempre. Seria bom o olhar mais atento, o coração mais puro e aberto. Tentem, por um dia, tirar o escudo que vocês podem ter criado durante a vida, por motivos que um dia os decepcionaram ou por não verem o que todos dizem crer, e tentem ver a vida pelo olhar de quem acredita, tendo a conciência de que você acredita, seja lá no que for.
Fazer o bem. Ser do bem. Abrir a boca para falar somente o que for bom. Ajudar os outros. Ter mais paciência. Tratar todos da mesma forma. Demonstrar carinho. Tudo isso é mais fácil quando você acredita que para tudo há um propósito maior.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

É preciso ter calma e alma


Ontem ouvi essa música e ela traduz examente como me sentia, como me sinto hoje e o que vivo. É perfeita.
Muitas músicas a gente ouve e muitos texto a gente lê e encontra fragmentos em que nos identificamos, mas essa resume muitos anos da minha vida e duas frases dela refletem exatamente o momento que estou vivendo.
“O mundo vai girando cada vez mais veloz, a gente espera do mundo e o mundo espera de nós um pouco mais de paciência.” Assim me senti diante de inumeras, inumeras mesmo, situações da vida. Acreditando que o tempo é o senhor dos milagres e pedindo aos céus paciência para esperar que as pessoas acreditassem, que as pessoas mudassem, que tudo fosse mais bonito, que o amor reinasse, que a bondade brotasse, que eu fosse melhor. Sem tomar atitudes que pudessem alcançar muitas pessoas e nem me alcançar.
O tempo foi passando, a doçura foi se perdendo pelo caminho e ficou pela metade. Ver as coisas “feias” do mundo, me desiludiu, fez aquela menina que tem um coração tatuado no corpo, justamente porque acredita no amor, pensar que o mundo era cruel e que o lado ruim das pessoas sempre prevalecia.
“Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso faço hora e vou na valsa, a vida é tão rara. Enquanto todo mundo espera a cura do mal e a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência.” Tudo  começou a ser, apenas, tolerável. Cadê aquele amor enorme por tudo? Cadê aquela fé nas pessoas? Tudo isso sumiu!
A rotina se tornou acelerada e por muito tempo eu acompanhei, até que não deu mais e eu fingi ter paciência e me recusei a continuar naquele ritmo. Mas não tive coragem de dizer não, eu continuei fingindo que aquilo tudo, que eu já via que estava do avesso, era normal e eu passei a fazer parte do lado do mundo em que as pessoas não acreditam e não confiam.
“Será que é tempo que lhe falta para perceber? Será que temos esse tempo pra perder?  E quem quer saber? A vida é tão rara.” Minha justificativa para não mudar o meu comportamento diante da minha própria vida, das pessoas e de tudo que me cercava era o tempo, ele me faltava. Minha justificativa para ficar ainda mais pirada era a falta de tempo. Eu não podia parar. Eu me proibia de parar e respirar sem culpa. Eu não percebia que a vida é tão rara.
Eu estava enlouquecendo. Descobri a doença e a vida me fez parar. Pausa forçada. Muito bem-vinda.
“Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não para.” Tudo me pediu calma, o corpo me pediu alma. Isso eu tinha que ter tido sempre, mas não conseguia. Hoje eu tenho. Aprendi a ter calma e aprendi a voltar a ser muito mais alma, muito mais coração, muito mais sentimento e a ter os pés no chão, afinal, a vida não para, hoje eu tenho o meu tempo, mas o tempo corre. Tenho mais alguns meses de luta pela frente, parece muito, parece tempo perdido, aos olhos dos outros, mas não é, é o tempo de cuidar de mim, de me olhar no espelho e de apreciar a minha própria cia.
Amigos, hoje eu me desespero quando vejo alguém levando a vida descontroladamente, sem pausas, sem se deixar respirar em paz e sem culpa. É preciso parar por vontade própria, antes que a vida te obrigue a fazer isso. É preciso viver os momentos com dedicação total e absoluta, sem pensar no que você está deixando para trás naquele momento.
É preciso saber a hora de acelerar e de pisar no freio, se você não pisar no freio na hora certa, pode causar um acidente no seu próprio coração ou no seu corpo.
Cuidem-se! Respirem fundo! Parem para um bom café, com uma boa cia! Vá ver o mar em um dia qualquer! Cante! Dance! Não tenha medo de parecer rídiculo, mais vale um ridículo feliz do que um super controlado com um turbilhão de coisas ruins dentro do peito! E ame. Ame muito. Com força e acreditando no amor. Se entregue sem medo. Dor todo mundo sente, mas passa.
Um grande beijo e aproveitem muito todos os seus dias

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Espelho, espelho meu...

Ontem me vi no espelho de um jeito que nunca tinha me visto antes: careca!



Para minha surpresa, me achei linda. Inacreditável. Ainda mais para mim que sempre fui tão vaidosa e cuidava bem dos meus cabelos.


Pois, acreditem, é muito bom se ver no espelho sem nenhuma moldura, somente o seu rosto, aquele que as mulheres geralmente “escondem” com cabelo e franja.


Quando soube que estava doente, a primeira coisa que pensei foi “vou ficar careca, e agora?”. A aceitação deste fato foi difícil e todos os dias desde então eu pensava nisso.


Quando meu cabelo começou a cair, eu fiquei muito triste e passei uma semana péssima. Coincidência ou não, depois dessa semana tive um febrão e fui parar no hospital, fiquei internada seis dias. Esse é um dos motivos que tenho para acreditar que a cabeça realmente tem poder sobre o nosso corpo.


Quando saí do hospital, prometi para mim mesma que não iria mais ficar triste por conta do cabelo. Afinal, eu já tinha uma peruca maravilhosa e lenços lindos. Foi isso que fiz. Passei a conviver bem com a queda do meu cabelo e ficaria com os meus tão queridos fios até que eu ficasse ridícula.


Fiquei ridícula ontem (é engraçado dizer que eu fiquei ridícula, mas, acredite)! Eu e minha mãe conversamos e decidi raspar tudo, enfrentar de frente essa situação que afligia desde sempre.


Foi assim, liguei para um amigo, que mora no meu prédio, e pedi a máquina emprestada, ele me trouxe, eu cortei o cabelo primeiro, depois minha mãe começou a raspar minha cabeça, o choro estava trancado em minha garganta e não saia, mas eu queria chorar, eu precisava chorar, fazia parte daquele momento, quando vi meu reflexo careca refletido no vidro, chorei, depois me olhei careca no espelho e eu e minha mãe choramos juntas, afinal, uma mulher careca não é tão normal assim. Adorei, me achei bonita, mais bonita do que imaginava.


Coloquei um lenço e comecei minhas ligações, contei para todo mundo que estava careca. A preocupação de todos era se eu agüentaria me ver careca, então, eu tinha que contar para as pessoas que não só agüentei, como gostei.


Bom, acabei de passar minha primeira noite careca e dormi de toca, porque a cabeça fica gelada, agora coloquei um novo lenço e estou de pijama escrevendo minha mais nova experiência para vocês.


Para terminar, um resumo de como via e como vejo hoje essas pessoas, assim como eu, carecas. Quando via na rua alguém careca, eu morria de dó e virava o rosto. Quando soube que ficaria careca, fiquei um pouco desesperada, cortei o cabelo mais curto e passei a usar rabo de cavalo, para me acostumar com o rosto limpo. Passei a conviver com pessoas carecas que conheço sempre que vou me medicar e passei a achar a careca normal e bonita, parte de um processo de luta e cura.


Para encerrar, o meu muito obrigada para Sandra, que foi um anjo, enviado por uma pessoa muito querida, Kátia, e que foi a primeira pessoa a tocar no assunto da “careca” e me disse que mesmo quando ficou careca continuou linda, eu acredito. E muito obrigada para a minha mais nova e amada amiga Renata, linda, careca, como eu, e que em muitos dias é uma luz e um raio de alegria e conforto em minha vida.


Obrigada mãe, irmão, amor, madrinha, que me deu um presente lindo para estrear junto com a careca, primas, tia Sol, tia Ia, Vó, que me disse que é dos carecas que todos gostam mais, Isabella, que me disse que eu ficava mais bonita de peruca pois sem peruca apareciam algumas carecas (falhas do cabelo), amigas e amigos maravilhosos, um amigo, que me mandou uma foto de sua própria careca com a mensagem “vamos comparar?” e ao André, que me deu o título deste texto de presente. Amo todos vocês.

            Meu amor e eu: lindos!               Ce e eu: artistas!            

          Isa e eu: iguais          Eu e Nana: café e leite!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Comecei a transmitir minha mensagem


Quando soube que estava doente, não me revoltei, pelo contrário, aceitei muito bem a doença e decidi lutar com toda a minha força para combatê-la, é o que venho fazendo.

Com o passar do tempo fui sentindo no coração que tinha que passar bem por todo este período, como também venho fazendo, e contar a minha história para muita gente.

Como? Aos poucos as idéias foram clareando em minha cabeça. Já que gosto de escrever e amo falar, esse é o caminho.

Surgiu a idéia de um livro, onde eu contaria toda a minha história, mas isso demora um tempo, foi aí que criei um blog, para passar para as outras pessoas as minhas reflexões. Meu projeto futuro era dar palestras que motivassem as pessoas que tem câncer e que fizessem quem não tem câncer refletir sobre a vida.

Por sorte e destino conheci uma psicóloga do instituto em que me trato, Vera, conversamos e ela me convidou para falar para outros paciente.Lá existe um encontro de pacientes que acontece uma vez por semana e uma vez no mês um paciente pode contar uma história. Eu, como comunicóloga, que trabalha com marketing e acredita nas pessoas, não contei simplesmente a minha história, que ainda não terminou, mas fiz uma apresentação.

Consegui ,por meio dessa apresentação, transmitir minhas mensagens. Me senti feliz e emocionei muitas pessoas. Na verdade, me senti realizada naquele momento e estou sob o efeito daquelas duas horas até hoje. Tive certeza de que essa é a minha mais nova causa, que irei abraçá-la com todas as forças e contribuir para melhorar a vida de muitas pessoas.

Daqui para frente decidi que irei estudar sobre câncer e Física Quântica, que explica como a presença humana interfere em todas as forças do universo. Vou me aperfeiçoar e seguir em frente com este trabalho. Por mim, porque contar essa história é minha missão.

“Você pode moldar sua vida da maneira que quiser”. Resumindo, essa foi a mensagem da minha palestra, a primeira de muitas.

Agradeço ao meu público, naquele momento, minha família, que compareceu em peso, amigos e namorado, Vera, por ter acreditado e me convidado e toda a equipe do IPC que esteve presente.

Muitos beijos e obrigada por me ajudarem a sair do casulo e descobrir uma nova vocação. Logo estarei voando por aí.